sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Faces da violência

Esta semana finalmente consegui assistir ao filme “A Fita Branca” (Dass Weisse Band), um dos milhares de filmes que estão na minha lista e que estava aguardando pacientemente sua vez.




Eu já tinha lido vários comentários favoráveis ao filme, mas também já tinha ouvido muita gente reclamar que não havia conseguido ler boa parte das legendas no cinema, já que o filme é em preto e branco e, não sei porque diabos, insistem em usar legenda branca. Pra piorar, o filme é em alemão. Como não entendo nada desse idioma, achei melhor assistir em casa, com legenda amarela.

Pois bem, sabia que o filme é polêmico. Crianças que vivem numa vila onde começam a surgir casos de violência e morte. A violência tem muitas caras. Começa com as punições e castigos absurdos que as crianças recebiam dos pais e termina lamentavelmente na reprodução do comportamento violento pelas próprias crianças.

A violência atualmente está tão banalizada que não nos afeta como deveria. Mas se tem uma forma de violência que impressiona é aquela cometida por crianças. Temos em nossa mente a imagem padrão de que criança é pura e ingênua. Bem, nem sempre é assim. Outros filmes já trataram de protagonistas menores de idade que põem em prática a maldade usando a fachada da inocência infantil. Alguns são mero terror que não fazem ligação com a vida real, tais como “O enviado” (Godsend) e “A órfã” (Orphan), e que, portanto, não assustam de fato.

Lembro de quando lançaram “O anjo malvado” (The good son), que trazia Macaulay Culkin, o astro-mirim mais famoso da época, como uma criança psicopata que torturava animais e que queria eliminar o primo. Foi um escândalo. O filme foi proibido em vários lugares e, nos poucos em que entrou em cartaz, ficou pouquíssimo tempo. Como uma carinha angelical daquela poderia ser capaz de atos tão malignos?


Pois o diretor de “A fita branca” entende bem de crianças violentas. O primeiro filme que vi dele foi “Violência gratuita” (Funny games US), a versão americana, de 2007. Depois fiquei sabendo que o tal filme era uma refilmagem do original, do próprio diretor, que ele havia gravado pela primeira vez em alemão, o “Violência gratuita” (Funny games), de 1998.

A refilmagem foi feita em inglês, mas manteve os mesmos diálogos e posicionamento de câmeras, trocando apenas os atores e o local em que se passa a história. Tenho que dizer que esse foi um caso raro de refilmagem que ficou melhor do que o original. Não que os atores da versão alemã fossem ruins, mas acho que a carinha de anjo do loirinho americano (que, aliás, lembra o Macaulay Culkin), é muito mais perturbadora.

Considero “Violência Gratuita” um nome de filme muito bom, tanto no original em inglês quanto em português. Isso fica claro quando, em determinado momento, os garotos começam a bater no pai da família aterrorizada, que diz para os invasores pegarem o dinheiro e os objetos de valor e deixarem a família em paz. Mas os garotos não aceitam, é claro, e batem mais ainda em quem fez tal sugestão. Em pânico, e sem saber o que fazer, o pai pergunta “Por que fazer isso?”, ao que responde o loirinho “Por que não fazer”? Ou seja, é fazer simplesmente porque se pode fazer. Nada mais.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Bem passado, por favor!

Nada como um filé bem passado, não é mesmo?


Alguns devem estar se perguntando por que diabos eu estou colocando foto de filé no blog. Podem ficar sossegados que a foto acima é do meu famoso filé de tofu. Todo mundo olha e acha que é filé de frango e quando eu digo que é de tofu, fazem cara feia.

“Tofu não tem gosto de nada”, podem argumentar alguns.

É verdade. Não tem gosto de nada. E por isso mesmo é legal. É um alimento versátil e saudável que pode ser usado tanto em pratos salgados quanto doces. E ainda substitui o ovo como espessante em algumas receitas.

A receita de hoje é a mais simples possível. É só cortar o tofu em fatias não muito finas (mais ou menos um dedo de espessura) e tirar o excesso de água. Há várias formas de tirar o excesso de água do tofu. Uma forma bem fácil e rápida é colocar em um prato fundo (ou outro recipiente que possa armazenar a água liberada) e levar ao micro-ondas por 1 minuto. Retire o excesso e coloque mais 1 minuto, se necessário. Depois é só apertar de leve as fatias entre 2 folhas de papel toalha.

O próximo passo é colocar o tofu em uma frigideira antiaderente e temperar lá mesmo. Eu coloco um pouquinho de azeite, sal, orégano, pimenta calabresa e alho frito (desses que já vêm frito em saquinhos). Daí é só ir apertando as fatias com uma escumadeira para que a água restante saia. Quando começar a sair fumaça e você pensar "Caramba, estraguei tudo!" está na hora de virar as fatias e deixar mais um pouquinho para dourar o outro lado. E é isso.

Difícil, não?

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

E estes são os valores do Século XXI...

Faz um tempo que recebi este e-mail, mas hoje, procurando uma mensagem de trabalho, acabei reencontrando este. São cartoons do Quino, criador da Mafalda, expressando sua profunda desilusão com o Século XXI e seus valores. Sad but true...












quarta-feira, 18 de agosto de 2010

10 (e apenas 10) coisas que me tiram do sério

Recebi o selinho abaixo da Sarah e o propósito da brincadeira é dizer 10 coisas que me tiram do sério!!


Não preciso nem pensar muito. O difícil vai ser colocar só 10 coisas na lista...


1) O primeiro item vou copiar da Sarah porque concordo 100%: Gente lerda me irrita muito. Sei que cada um tem seu ritmo, mas é difícil... e tem gente que não se toca, anda em bandos a zero por hora ocupando a calçada toda, vai a 20 km/h na faixa da esquerda, para dos dois lados na escada do metrô e ainda olha feio quando você pede passagem!!

2) Os “espertinhos” que furam fila me deixam louca. Gente que se acha mais esperta por não esperar sua vez, gente que no trânsito sabe que vai ter que entrar à direita mas decide não esperar na fila e depois quer cortar lááá na frente, gente que manda o pai/avô no banco para pagar contas da família toda só para não ficar na fila.

3) Gente incapaz de cumprir uma tarefa simples para a qual foi contratada. O exemplo mais clássico: você vai a um lugar em que há uma ficha para ser preenchida e entrega seu RG nas mãos do sujeito para evitar erros e o que acontece? Com o documento nas mãos o estrupício consegue errar seu nome, seu sobrenome, sua data de nascimento. Vale demissão por justa causa.

4) Gente burra. E não estou falando das pessoas que por um motivo ou outro não tiveram a chance de estudar. Estou falando de gente que tem oportunidades, mas prefere continuar com sua mediocridade. Gente que tem preguiça de ler, de pensar por si mesmo, de ter uma opinião.

5) Fanáticos. De todo tipo. Por religião, por futebol, por uma celebridade, enfim... gente que não consegue conversar sem meter o fanatismo no meio.

6) Covardes. Aquele tipo que adora abusar de crianças, mulheres, idosos, animais ou qualquer ser fisicamente mais fraco. Ataque em bando é uma forma bem comum de expressão dos covardes.

7) Gente que não sabe argumentar. Nem todos têm o mesmo ponto de vista. Mas tem sempre aquele tipinho que não sabe ouvir os outros. Por outro lado, é incapaz de demonstrar suas próprias opiniões. Fica repetindo tudo o que já foi dito por outra pessoa sem nem se perguntar o motivo. Não questiona nada. Usa o argumento mais ridículo de todos: "Mas sempre foi assim".

8) Falta de civilidade. Gente que não sabe ser gentil. Gente que joga lixo no chão. Que sai fumando, jogando a fumaça na cara dos outros e ainda joga a bituca no chão, a qual muitas vezes fica acesa soltando a maldita fumaça. Gente que cospe na rua. Gente que não sabe usar transporte público.

9) Celular. Odeio telefones em geral, mas o celular tem um lugar garantido na minha lista de itens que poderiam sumir do mapa para sempre. Coitado, a culpa nem é dele, e sim das pessoas que não têm educação. Poderia fazer um post inteiro sobre como esse aparelho me irrita.

10) Falta de café da manhã. Não me importo em acordar às 5 da manhã, nem em tomar banho cedo mesmo se estiver -10 graus, nem em sair na chuva logo em seguida. Posso ficar sem almoçar e sem jantar. Mas se tem uma coisa que tenho que fazer antes de sair de casa é tomar café da manhã. E quando eu digo café, eu quero dizer café e pão. Não me venha com vitamina, suco, iogurte, cereal, porque não rola. Do café posso até abrir mão, mas do pão jamais!!!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Dr. Morte

Ontem assisti a um filme muito legal, que já tinha chamado minha atenção nos comerciais: Dr. Morte (You dont’t know Jack). Nem sei no Brasil tem esse filme para alugar ou comprar, pois é um daqueles casos de filmes feitos e lançados diretamente em vídeo. Só sei que a estreia na HBO foi há pouco tempo, então, quem tiver a oportunidade, não perca.


É a história real baseada na vida do Dr. Jack Kevorkian, ou Dr. Morte, como ficou conhecido. Ele foi um médico norte-americano que lutou para tornar o suicídio assistido um direito de todos. Ele desenvolveu um aparelho, o “Mercitron”, que permitia que doentes terminais ou pessoas com doenças graves incuráveis e em extrema dor acionassem o dispositivo e liberassem uma quantidade X de droga no sistema sanguíneo, fazendo com que essas pessoas morressem em segundos.

Lógico que o Dr. Jack criou o dispositivo e lutou para que as pessoas tivessem o direito de terminarem elas mesmas com suas vidas, sem que isso implicasse causar problemas com a lei para quem as auxiliasse. E lógico também que, como todo tema polêmico, Dr. ganhou milhares de fãs que apoiavam suas ideias e que as encaravam como um direito e um gesto humanitário, ao mesmo tempo em que conseguiu milhares de ativistas em favor da vida, que tentavam impedir o suicídio assistido. E ainda teve que enfrentar várias acusações de homicídio, afinal é tênue a linha que separa o suicídio assistido, a eutanásia e o homicídio. E foi justamente para defini-los bem e para assegurar o direito ao primeiro que lutou Dr. Kevorkian.

O que eu acho legal em filmes assim é poder acompanhar os vários lados da história: médicos, doentes, familiares, advogados, ativistas em favor da vida, juízes, população em geral, além de ver como a mídia manipula os fatos e como as pessoas muitas vezes atacam algo que desconhecem, sem nem mesmo tentar se informar. Às vezes as pessoas confundem direito com obrigação. Outras vezes, misturam questões de ética com questões de religião ou de justiça.

Enfim... super recomendo.
Ah, não sei se vocês repararam, mas é o Al Pacino que interpreta o Kevorkian. Só isso já valeria uma conferida. Para quem quiser saber mais, me parece que lançaram o livro nos EUA e que foi uma febre por lá. Aqui também lançaram, mas ninguém deu a mínima (por que eu me surpreendo?). E o Wikipédia traz algumas informações e dá acesso a vários links interessantes.

Até a próxima!