segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A resposta inesperada (Ou como fazer alguém parar de te encher de perguntas)

Hoje, por acaso, assisti ao filme Surpresas do Amor (Four Christmases), sobre um casal formado por Kate (Reese Witherspoon) e Brad (Vince Vaughn) que tem suas vidas mudadas após terem sua viagem de fim de ano cancelada e serem obrigados a fazer quatro visitas de natal, uma para cada um de seus pais divorciados.


O mais divertido para mim são as cenas iniciais (OK, a cena do pula-pula é hilária), quando Kate e Brad estão fazendo aula de dança de salão. No fim da aula, outros casais perguntam quando eles se casarão. Para espanto dos outros casais, eles respondem "Nunca" e começam a fazer uma lista de tudo o que há de errado com casamentos. A mesma surpresa pode ser vista no rosto de alguns parentes quando o casal Brad e Kate é questionado sobre quando desejam ter filhos e respondem como anteriormente.
Depois disso o filme vira aquela coisa clássica de filmes de natal, com as brigas e tumultos familiares, mas tudo acaba bem. Mas isso não é relevante.

Achei válido comentar sobre o filme só para introduzir o assunto que realmente me interessou: a surpresa de uma resposta inesperada.

Eu sou campeã nesse quesito. Às vezes de propósito, só para ver a reação das pessoas, outras vezes, involuntariamente. Eu nunca me enquadrei nas regras sociais. Lembro que uma das primeiras vezes que pude me divertir com a surpresa de uma pessoa frente à minha resposta inesperada foi quando estava naquela idade trágica, às vésperas de fazer 15 anos. Ao contrário da maioria das minhas amigas, eu não quis festa de quinze anos. Sempre achei aquele circo todo muito exagerado. Vestidos, danças, salão... Enfim.

Um dia, uma amiga da minha avó me perguntou como ia ser minha festa de 15 anos e eu respondi que ia ser como todas as outras: um bolo, salgadinhos, docinhos e alguns amigos. Ela ficou indignada e soltou uma das minhas frases-feitas preferidas: “Mas só se faz 15 anos uma vez na vida!” Vendo a bola levantada ali na minha frente, não pude deixar de chutar no gol: “Todos os aniversários que faço são só uma vez na vida. Só fiz 13 uma vez, só fiz 14 uma vez e só farei 15 uma vez”. Minha avó me deu aquele olhar fulminante de “não seja malcriada”. Eu achei engraçada a cara da sujeita e ela não perguntou mais nada.

Desde então já tive o prazer de desmanchar expectativas alheias a meu respeito muitas vezes.
“Como assim não vai ter formatura?”
“Como assim não vai ter casamento?”
“Como assim não quer ter filhos?”
“Como assim não quer ter um carro?”
E por aí vai...

Qualquer dia conto outros casos espetaculares de “Como assim você não....”

Imagem retirada DAQUI

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Uma prova de amor

Era só um passeio comum de fim de semana: ir ao cinema com uns amigos. Estávamos todos meio tristes ainda, pouco mais de um mês após a perda de um membro de nosso grupo devido ao câncer. Decidimos sair, fazer algo só para aliviar um pouco a tristeza. Escolhemos uma comédia, claro. Ia tudo muito bem até que surge na tela o trailer do filme “Uma prova de amor” (My sister’s keeper). Nunca desejei tanto que não houvesse trailers.



Para quem não sabe, “Uma prova de amor” é um drama centrado em Anna, garota de 11 anos que começa a questionar sua existência, já que tem ciência de ter sido concebida na esperança de ser a salvadora de sua irmã mais velha, Kate, que tem leucemia desde criança. Ao longo de seus 11 anos, Anna foi submetida a vários procedimentos e cirurgias, doando desde células do cordão umbilical até medula para sua irmã. Ao chegar em um ponto crítico, Anna se vê obrigada pelos pais a doar um rim para a irmã, mas decide, ao invés disso, contratar um advogado para defender os direitos sobre seu próprio corpo.

No decorrer da história, a doença de Kate é vista por vários ângulos. Os conflitos e problemas causados pela doença afetam toda a família. Anna se sente usada, o irmão do meio, Jesse, tem seus problemas ignorados, o relacionamento do casal está desmoronando e Kate tenta apenas sobreviver.

Voltando ao que eu dizia lá no começo, o trailer foi breve, mas o suficiente para trazer de volta a nuvem de tristeza que tentávamos dissipar. Instaurou-se o silêncio pesado entre nós. Eu decidi que queria ver o tal filme, mas não naquele momento. Não em um cinema. Precisava de mais tempo para enfrentar a situação...

E eis que esta semana, mais de 1 ano após o incidente do cinema, estava folheando o guia de programação da TV e dou de cara com o filme. E num horário assistível, o que é raro. Respirei fundo, peguei os lenços de papel, me acomodei no sofá e passei duas horas em meio a emoções conflitantes, assistindo a um filme que contém cenas que, infelizmente, já presenciei ao vivo. Não é fácil assistir a um filme que você sabe que termina mal. O que se vê na tela é a mesma peça já vista na vida real, só que com atores diferentes. Não importa quanto tempo passe, sempre fica a sensação de injustiça. O problema que é os conceitos de justiça e razão não se aplicam à morte...

O que eu posso dizer é que o filme é ótimo, comovente sem ser piegas. Os atores convencem, principalmente a Cameron Diaz, em quem dá vontade de bater às vezes, mas que no fundo só queria desesperadamente salvar a filha. A qualquer preço.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Escondidinho

Ontem, sabe-se lá porque, acordei com vontade de comer escondidinho. Nunca havia feito em casa, então fiz uma pesquisa rápida na internet e lá fui eu preparar mais uma invenção culinária. E não é que deu certo?
Não querendo me gabar, mas já me gabando, foi o melhor escondidinho que comi na vida.
E ficou com essa carinha:

A receita? Algo mais ou menos assim:
Cobertura: Purê de batata (batata, manteiga, queijo parmesão e sal) para esconder o recheio.
Recheio: Carne de soja refogada no azeite, alho e cebola e temperada com orégano, sal, pimenta do reino e azeitonas pretas.
Montagem: Em geral, é só colocar o recheio em um refratário e cobrir com o purê, salpicar queijo e levar ao forno para gratinar. Na minha versão, coloquei purê no fundo do refratário, o recheio e depois mais purê. Ficou parecido com uma torta.



E a refeição completa foi escondidinho, arroz integral com açafrão e salada de alface com mussarela de búfala temperada com azeite, tempero à base de limão e gergelim. Delícia!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A Suécia e os Vampiros

Olá, terráqueos!


Após uma semana mega conturbada, finalmente tive um tempo para escrever neste bloguitcho. Ando numa vibe sueca. Na verdade, acho que foi apenas coincidência mas, depois dos livros da Trilogia Millenium e do primeiro filme baseado na trilogia (“Os homens que não amavam as mulheres”), assisti a um filme que queria ver faz tempo: “Deixa ela entrar” (Låt den rätte komma in/Let the right one in) .


O filme sueco, baseado no livro, aparentemente é simples, mas envolve vários assuntos. A história pode ser resumida superficialmente assim: Oscar, garoto sem amigos que sofre bullying na escola, coleciona notícias de jornal sobre assassinatos e ensaia frases e golpes de faca para revidar as humilhações. Um dia, conhece Eli, a menina estranha que acaba de se mudar para o apartamento ao lado do seu. Logo tornam-se amigos. Eli encoraja Oskar a revidar os maus tratos e o protege em algumas situações. A amizade vai evoluindo e Oskar acaba descobrindo que a menina é vampira.

PAUSA NESTE MOMENTO.

Embora tudo que envolva vampiros esteja na moda e haja uma relação entre um humano e um vampiro nesta história, fãs de vampiros assépticos da saga Crepúsculo devem passar longe. Vampirismo aqui envolve sangue, controle dos instintos, morte sem glamour. Vários mitos vampirísticos estão presentes (vampiros não podem ser expostos à luz do dia nem entrar na casa de alguém sem ser convidados), mas a abordagem é nova.

O filme tem várias camadas e pode ser interpretado de muitas maneiras. Pode ser uma história de amor e amizade entre Eli e Oskar; um retrato dos excluídos pelas diferenças; uma história resultante de famílias problemáticas; um filme de terror com seres sobrenaturais; etc.

E parece que a coisa fica mais intrigante ainda quando o filme é comparado ao livro. Segundo consta, temas polêmicos como pedofilia, homossexualismo e outras nuances são explicitados no livro. Infelizmente não li o livro ainda mas, depois de ler vários comentários e discussões, dei uma espiada na página do IMDB sobre o filme e posso dizer que a vontade de ler o livro aumentou ainda mais.