quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Filmitcho: Um Novo Despertar (The Beaver)

Sinopse

Walter Black (Mel Gibson) está sofrendo de extrema depressão e parece ter chegado ao fundo do poço quando sua esposa Meredith (Jodie Foster) o expulsa de casa, o que o leva a beber e pensar em cometer suicídio. Mas um dia, em suas andanças, Walter conhece “O Castor” -- um fantoche de mão do animal -- encontrado no lixo, que conversa com ele com um sotaque britânico. Walter então descobre um novo sentido para a vida através das dicas do Castor, e se reaproxima com sua família e volta ao seu trabalho. Porém, as coisas começam a dar errado novamente quando O Castor começa a tomar por completo o controle da vida de Walter.




Opinião

A primeira coisa que pensei logo no começo do trailer foi “Bizarro! Um cara adulto que fala por meio de um marionete?! Deve ser uma dessas comédias imbecis..." Mas conforme o trailer avançava, pude perceber que não era comédia, muito menos do tipo imbecil. Depressão é uma doença séria e mal compreendida, por isso dificílima de tratar. Como mostrado no filme, a doença afeta não só o paciente, mas todos que o cercam, destruindo suas famílias. Quem de nós nunca inventou uma realidade paralela, imaginando como seria viver essa fantasia e até mesmo trazendo a imaginação para a vida real? É um mecanismo de defesa comum dos seres humanos, usado geralmente em um momento de dor e tristeza. O problema é quando a realidade inventada começa a tomar conta da realidade de fato. E é isso que acaba acontecendo com Walter. O castor usado por ele é sua válvula de escape, a forma que ele encontrou de se conectar novamente com as pessoas e dizer o que pensa. O que parecia ser uma forma legal de lidar com a doença termina por afastar Walter de vez dos familiares e o leva ao limite da loucura, por pouco não tendo um fim trágico.

Enfim... gostei muito do filme, de como abordou essa questão delicada de forma original. Destaque para o filho mais velho de Walter, Porter (Anton Yelchin), e sua interpretação do medo real de ter a mesma doença do pai.

Sinopse retirada do site CINEPOP

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Clássicos&Cults: Cinema Paradiso

Cinema Paradiso é um daqueles filmes clássicos que estavam na minha lista há anos e que agora, sendo lançado na Coleção Folha Cine Europeu, finalmente consegui assistir. O filme se passa logo após a Segunda Guerra Mundial em uma cidadezinha italiana sem muita opção de diversão, na qual o cinema passa a ser a válvula de escape dos tipos mais pitorescos do local. Entre eles está Totò, menino que visita o cinema diariamente não só para viajar nos filmes apresentados, mas também pela amizade que acaba desenvolvendo com Alfredo, o projecionista.


No decorrer da história, acompanhamos Totò na infância, quando encontra no cinema diversão e em Alfredo a figura paterna; na adolescência, quando descobre o amor; e na fase adulta, transformado em um cineasta de sucesso. Conseguimos ainda acompanhar a evolução do próprio Cinema Paradiso: de um local pequeno e com filmes censurados pelo padre, passando por reforma e modernização e se tornando um passatempo disputado e, por fim, sendo abandonado e demolido em nome do progresso da região.

O filme é emocionante, seja pelas relações humanas desenvolvidas, seja pelo prazer cinéfilo de ver a sétima arte reverenciada nas cenas de filmes consagrados que são apresentados na tela do Cinema Paradiso. Entretenimento de primeira!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Post Gastronômico

Olás!

Nada como ter ideias na cabeça, tempo sobrando e os ingredientes certos na cozinha, não é mesmo?

Pois bem... faz tempo que eu queria fazer polenta, mas a ideia de ficar mexendo a massa por horas definitivamente não me atraía. Daí lembrei da versão "polenta na panela de pressão" (a receita tirei DAQUI, só troquei o caldo de galinha por caldo de legumes). Comprei os ingredientes e, mesmo tendo minhas dúvidas, resolvi encarar.

Para minha sorte eu havia comprado fubá pré-cozido, pois logo que pegou pressão a panela começou a vazar. Resultado? Tive que gastar meus músculos. Ainda bem que só por 15 minutos...hehe. Para acompanhar, shimeji salteado no azeite e alecrim.

Delícia!
Aproveitei o embalo culinarístico e fiz uma sobremesa que vi no Jornal Hoje semana passada e que me deixou babando: Cheesecake de Morango.

DI-VI-NO!
Tinha até tirado foto da torta inteira mas, como já era tarde, saiu escura e não dava pra apreciar direito. O jeito foi fotografar no dia seguinte só um pedacinho. A única alteração da receita foi a troca de gelatina sem sabor por agar-agar, que coloquei também na geleia para deixar mais firme.

E, pra terminar, a polenta de ontem se transformou em Polenta Assada no Forno do almoço de hoje.

Tão crocante quanto a versão frita, porém com muito menos gordura. Foram só umas gotinhas de azeite para untar a forma e mais umas sobre as fatias. Fácil e gostosa.

E como este é um post multifotos, repararam na duplinha de matrioskas na foto do cheesecake?
Achei lá na Tok&Stok e não consegui resistir e acabei trazendo para casa essas bonequinhas fofas, que são Saleiro e Pimenteiro e alegram qualquer cozinha.
E por hoje é só!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Discos que Ouvi Até Gastar: Ultraje a Rigor - Nós Vamos Invadir Sua Praia

Continuando a série Discos que Ouvi Até Gastar, um clássico:
Ultraje a Rigor – Nós Vamos Invadir Sua Praia

Há muitos motivos para considerar este disco clássico. A começar pelo nome da banda. O paradoxo de “ultraje” (calúnia, difamação, afronta) e “a rigor” (formal, em respeito à etiqueta, às convenções), por si só, já é genial. Principalmente se considerarmos o ano de seu lançamento, 1985, quando o Brasil havia recém-saído do período da ditadura. O rock, que sempre foi relegado ao segundo plano em terras tupiniquins, encontra aqui mais uma característica que contribuiu para o sucesso da banda: letras muito bem sacadas que, apesar de serem consideradas “escrachadas” (uma revolução para a época), eram, na verdade, uma forma sutil de apontar problemas sociais que se arrastam até os dias de hoje. Duvida? É só escutar (“Mim quer tocar”, “Inútil”). Outro exemplo da sutileza nas mensagens é o nome do disco: “Nós Vamos Invadir Sua Praia”, já que o ultraje foi uma das primeiras bandas de São Paulo a "invadir a praia” do rock carioca, berço da maioria das bandas do estilo musical nos anos 80.

Bom, origens e ironias à parte, lembro que eu já tinha escutado no rádio várias músicas do Ultraje e conhecia boa parte delas de cor. Um dia, uma amiga apareceu com o disco (sim, vinil) em casa. Coloquei o disco pra tocar e pirei! Escutei as mesmas músicas incansavelmente. Fiz uma cópia básica em K7 e devolvi o disco à dona. Literalmente gastei a fitinha de tanto ouvir. É lógico que na época eu não compreendia as mensagens nas entrelinhas, pois tinha uns 8-9 anos. Tudo o que me importava era o tipo de som e as letras engraçadas que eu podia acompanhar.

Acabei assistindo a shows do Ultraje somente depois de adulta, mas posso garantir que a cada canção executada eu revivi as alegrias da infância proporcionadas pelo disquinho.

Veja AQUI um clássico atemporal!


EM TEMPO:
Site Oficial: http://www.ultraje.com.br/
Biografia da banda, lançada no começo de 2011:
Ultraje a Rigor – Nós vamos invadir sua praia
Autor: Andréa Ascenção
Editora: Belas Letras
Páginas: 352
Preço sugerido: R$ 49,90

Quem quiser me dar de presente, aceito de bom grado.
Bjo e até+!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Resenha: Betibú, de Claudia Piñeiro

Quando Pedro Chazarreta aparece degolado em sua casa no condomínio La Maravillosa com uma faca na mão, a primeira hipótese levantada é suicídio. Mas não seria coincidência demais que ele tenha morrido da mesma forma que sua mulher há alguns anos?


A morte de Chazarreta faz com que Lorenzo Rinaldi, chefe da redação do jornal El Tribuno e ex-amante de Betibú, a chame e a envie a La Maravillosa para que escreva notas mais especulativas que jornalísticas sobre o caso. Betibú, ou Nurit Iscar, é uma escritora de romances que desde o fracasso de seu último livro vem trabalhando como ghostwriter. Seu envolvimento com Rinaldi não terminou bem, mas ela vê a empreitada como uma oportunidade de retomar sua carreira e aceita a proposta. A ela vão se juntar Jaime Brena, ex-jornalista da sessão Policial do El Tribuno que está à beira da aposentadoria, e o novato da sessão Policial. O trio mergulha fundo no caso para desvendar a morte e acaba descobrindo uma série de mortes de pessoas ligadas a Chazarreta. O que essas pessoas tinham em comum? Quem poderia querer matá-las? Qual seria motivo?


O livro é escrito de forma a intercalar as ações do trio de personagens centrais. Muito além de ser um livro policial, nos apresenta um panorama do cotidiano das pessoas em Buenos Aires em contraposição aos hábitos daqueles que decidem viver em um condomínio fechado próximo dessa cidade. Os opostos também marcam presença nos personagens de Jaime Brena, um jornalista à moda antiga, com vasta experiência “nas ruas”, e do novato da sessão Policial, que domina as novas tecnologias e sabe como extrair o melhor delas, mas que não sabe muito bem como agir no “mundo real”.

Mais do que descrever esses cenários e comportamentos, o livro levanta questões bem contemporâneas: Qual o preço de abandonar as cidades e viver isolados em nossos castelos? Do que temos que abdicar em nome da “segurança”? E o mundo virtual, pode substituir completamente a vivência de fato? E a importância da mídia em nossa vida? Existe mesmo liberdade de imprensa? Devemos acreditar em tudo que é noticiado?

Eu adorei. Leitura divertida e informativa ao mesmo tempo. Passatempo de primeira!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Por Aí: Livraria El Ateneo, Buenos Aires

E não é que, de repente, voltou a fazer o frio que se espera do inverno?

Céu azul sem nuvens, solzinho enganador e vento frio... Perfeito!
E isso me fez lembrar de Buenos Aires. Ah, que saudade!

Então percebi que, embora já faça mais de um mês que fui para lá, ainda não postei nenhuma foto da viagem. Não que eu seja do tipo que sai fotografando tudo ou divulgando aos quatro ventos pra onde fui e o que fiz, mas tem certas coisas que gostaria de compartilhar.

Um exemplo: Buenos Aires, além de ser uma cidade linda e ter um clima invernal de verdade (não esse inverno beirando os 30 graus que tem feito em São Paulo nos últimos dias), ainda tem outra coisa que eu amo: muuuuuuuuuuuuuuitas livrarias! É praticamente impossível andar pelo centro e não passar por nenhuma livraria. E tem de todo tipo: grandes redes, familiares, centenárias, sebos, bancas.... É o paraíso!

Uma das mais famosas e mais bonitas é a El Ateneo Gran Splendid (Avenida Santa Fe, 1860).

Na verdade, existe outra livraria El Ateneo, mas esta, em especial, é imperdível, pois foi construída em um prédio de 1919 onde funcionava um teatro, que depois virou cinema e no ano 2000 virou livraria. A arquitetura original foi preservada e é belíssima, sem contar os afrescos do teto.

Ainda é possível ver o palco, que se transformou em café com piano ao vivo, e os camarotes, mas as poltronas deram lugar a estantes com livros, CDs e DVDs.


E é lógico que, apesar do meu exercício de autocontrole, eu não ia conseguir entrar num lugar com tanta tentação e sai de mãos abanando, né?
Então, trouxe para casa dois livros (apenas!!!).

E também um CD e um DVD, que estavam com preços muito mais convidativos do que os praticados aqui no Brasil.


O “Betibú” estou lendo e adorando. Quando terminar faço um post de resenha. O outro também parece ser muito bom. Não vejo a hora de ler!

O CD eu já tinha baixado, mas Foo Fighters é uma das minha bandas favoritas, então eu precisava comprar o original de qualquer jeito. Já o DVD, estava na minha Lista de Desejos faz tempo, mas o preço não ajudava na aquisição. Ainda não assisti, mas pelo que tenho lido por aí, deve ser sensacional.

E por enquanto é isso.
Vou voltar ao trabalho e aproveitar um pouco mais do clima invernal tão raro por estas bandas...

Bjo!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Filmitcho: A Outra (The Other Boleyn Girl)

O filme de 2008 é baseado no livro “A Irmã de Ana Bolena” (The Other Boleyn Girl) escrito por Philippa Gregory. Conta a história de uma das mais famosas rainhas da Inglaterra e de sua irmã menos famosa, porém não menos importante na história da corte: Maria Bolena. Ana (ou Anne, interpretada por Natalie Portman) era a irmã mais velha e mais ambiciosa, ao passo que Maria (ou Mary, interpretada por Scarlet Johansson) era a boazinha e linda. Havia ainda um irmão Bolena (George, interpretado por Jim Sturgess). Os três irmãos eram muito unidos.

O filme começa quando Ana recebe um pedido de casamento de um comerciante local, que é prontamente recusado por seu pai, que oferece Maria no lugar, acreditando que isso seria o melhor a fazer, já que Maria não apresentava grande perspectiva de avanço nas classes sociais. Maria então se casa. Tudo ia bem até que o pai das meninas fica sabendo por meio de seu cunhado, que trabalha para o rei, que Catarina de Aragão, a rainha, não poderia mais gerar filhos e, como ainda não havia nenhum herdeiro homem para assumir futuramente o trono, eles logo tramam um plano: oferecer Ana para ser amante do Rei Henrique VIII (interpretado por Eric Bana), na esperança de dar a ele o tão desejado herdeiro e, de quebra, alavancar o status da família Bolena. Mas o plano não sai bem como esperado e quem acaba atraindo a atenção do rei é Maria, que recebe ordem de se mudar para o castelo a fim de “entreter" o rei. Obrigada pelo pai, ela vai, levando toda a família a reboque. Isso foi um duro golpe para Ana, que foi preterida pela segunda vez por causa da irmã. Então ela foge e se casa em segredo com Henry Percy, por quem era apaixonada. Não se contendo de felicidade, conta o feito à irmã, que acaba revelando a união secreta ao pai, que obriga Ana a se exilar na França, pois Percy estava noivo e seu casamento secreto colocava em risco interesses políticos. Essa foi a gota d’água para Ana, que vai a contragosto viver na corte francesa, mas planeja se vingar.

Ao retornar à Inglaterra, encontra Maria, que havia acabado de dar à luz a uma menina e cuja relação com o rei estava abalada. Aproveitando a deixa, Ana seduz o rei, o faz expulsar Maria do castelo e o obriga a se divorciar de Catarina de Aragão, pois não aceitava ser amante; queria ser rainha. Graças ao divórcio, a Inglaterra rompe com a igreja católica e funda então a Igreja Anglicana.

O filme é muito bom, retrata a estética da época lindamente e nos mostra como a ambição pode acabar com a vida de muitas pessoas. Graças à sede de nobreza de Tomás Bolena, o pais das meninas, a união que existia entre as irmãs dá lugar à traição, culminando em um fim trágico para toda a família. No enredo apresentado, há algumas divergências históricas. Mas o fato é que Ana Bolena era uma mulher forte, à frente de seu tempo e o detalhe de não ter dado à luz um herdeiro homem não impediu que sua filha, Elizabeth I, assumisse o trono da Inglaterra e tivesse um longo reinado.

Recomendado para quem gosta e para quem não gosta de filmes de época e aulas de história.