sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Barbie tatuada causa polêmica nos EUA

Foi esse o título na notícia publicada ontem na Folha que chamou minha atenção.
A boneca em questão é uma edição limitada para colecionadores adultos, lançada pela grife Tokidoki e tem essa carinha aí:

Linda, não?

Obviamente, foge aos padrões de beleza tradicionais americanos, mas não deixa de ser estilosa e ultramoderna. Ao que tudo indica, presentear meninas em fase de formação com bonecas Barbie e seu corpo esquálido e sua beleza surreal inatingível tudo bem, mas dar de presente uma versão alternativa da mesma boneca... jamais! Isso vai corromper as pobres criaturinhas e transformá-las em loucas-vadias-adoradoras-do-Satã.

Eu já tinha falado sobre Barbies e outros brinquedos AQUI. É muito triste constatar que em pleno século XXI as pessoas ainda são tão medievais. Se gabam de ter tanta tecnologia nas mãos, mas não sabem o que fazer com isso. Adoram espalhar por aí que vivemos em tempos modernos, de igualdade entre os sexos e liberdade feminina, e as próprias mães (como sempre) são as primeiras a esfregarem os valores machistas na cara de suas filhas e a empurrarem a ditadura da beleza goela abaixo das coitadas.

Mas ainda bem que algumas mães parecem raciocinar antes de sair despejando bobagens em cima de suas crias. Como bem colocou uma das entrevistadas, "Eles estão capturando um flagrante da cultura pop do jeito que ela realmente é. A Barbie não está criando a minha filha. Eu é quem estou". Outra mãe toca ainda num outro ponto crucial: o problema não são as tatuagens. "O que é inadequado para as crianças são as medidas dela", afirmou, referindo-se às curvas da boneca. "Se ela pode mudar de personalidade, por que não pode mudar de forma e tamanho?". Disse tudo.

Então é isso. Eu não tenho filhos e nem pretendo ter, mas, se tivesse, trataria de lembrar que a boneca é apenas um brinquedo, quem tem a palavra final são os pais. A menininha vai pirar e começar a implorar por tatuagens e piercings? Talvez. Cabe aos pais explicar que ela precisa ter uma idade X para fazer tais coisas e, quem sabe, dizer que ela pode ter uma tatuagem de adesivo ou henna. Se a criança for pequena, tiver até uns 10 anos, acho que nem vai reparar na diferença de uma tattoo real ou temporária. Na verdade, acho que vai até gostar mais das removíveis, já que poderá trocar sempre. Se a menina for mais velha que isso, provavelmente fará um draminha adolescente, mas não importa. Saber ouvir um "não" não vai matá-la. Aliás, acho que é isso que falta atualmente. Dizer não aos filhos. Talvez se eles ouvissem menos “não” quando crianças, não se achariam o centro do mundo quando adultos.

2 comentários:

Luana Rodrigues Farias disse...

Ok que influencia mas que tanto!! Pelo amor de Deus, e os pais que fazem coisa pior na frente dos filhos e acha normal, vai se preocupar com uma bonequinha??

Bjs

Mi Müller disse...

Oi xará :D

Muito pertinente a tua reflexão, acredito que tem muitos pais que não percebem que são os responsáveis pela educação de seus filhos, a indústria e a mídia também carecem de responsabilidade, mas no fim das contas a útlima palavra é dos pais.
Ah adorei a barbie a despeito que acho as proporções dela bizarras hehehehe...
estrelinhas coloridas...