segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Teatro: Adultérios

Ontem aproveitei uma dessas promoções de sites de compra coletiva e fui assistir a uma peça que estava a fim de ver há tempos: Adultérios.




Sinopse:
O cenário é Nova York, como grande maioria das criações de Woody Allen. A comédia se passa à beira do Rio Hudson, com o encontro entre o roteirista de cinema de recente sucesso Jim Swain e um típico "homeless" americano, Fred. Jim está à espera de sua amante, para terminar o relacionamento. Fred, esquizofrênico e extremamente inteligente, se aproxima, puxa uma conversa trivial, até que acusa Jim de ter roubado sua história para escrever o roteiro de seu mais recente filme, um sucesso de bilheteria. Em meio a uma divertida e tensa discussão, os dois se vêem cada vez mais próximos, até que Fred acaba por se tornar um conselheiro sobre a relação que está prestes a terminar. Barbara, a amante, finalmente chega e tudo se complica, culminando em um final surpreendente e ardiloso.


A peça, cujo título original é Central Park West, é um texto escrito diretamente para o palco por Woody Allen e foi levada aos palcos pela primeira vez em 1995. A versão brasileira foi traduzida por Raquel Ripani, tem adaptação e direção de Alexandre Reinecke, e conta com Fábio Assunção, Norival Rizzo e Carol Mariottini no elenco. Eu A-M-O Woody Allen e suas neuroses e conseguia visualizá-lo direitinho interpretando as cenas com seu jeito peculiar inconfundível. Não há como negar a autoria do texto.


Uma coisa muito legal da peça é que Fábio Assunção e Norival Rizzo se revezam na interpretação dos papéis de Jim e de Fred a cada espetáculo (reparem nas fotos 2 e 3, como o figurino mostra a troca de papéis). Na apresentação de ontem, Fábio interpretou o desabrigado esquizofrênico Fred Savage, enquanto Norival ficou com o papel do roteirista que espera a amante. Eu queria muito ver como seria a inversão dos papéis, mas, infelizmente, essa informação não é revelada com antecedência. Só na hora é que descobrimos quem vai interpretar o que.

De qualquer forma, ontem foi a última apresentação da temporada, mas em fevereiro do ano que vem a peça entra em cartaz novamente no Tuca, aqui em São Paulo. Então, se você curte um bom espetáculo, mora aqui em Sampa ou se estiver passando por aqui quando a peça já tiver retornado, não deixe de assistir!

Créditos:
Sinopse: Divulgação
Foto 1 - Divulgação
Foto 2 - Veja SP
Foto 3 - Divulgação

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Resenha: O Clube dos Anjos (Gula) - Luis Fernando Veríssimo

"A fome é o único desejo reincidente, pois a visão acaba, a audição acaba, o sexo acaba, o poder acaba – mas a fome continua".
(Contracapa de 'O Clube dos Anjos')

O Clube dos Anjos (Gula) faz parte da Coleção Plenos Pecados, da Editora Objetiva, composta por sete livros de sete autores diferentes, cada obra abordando um pecado capital. Nesse SITE tem uma lista com os outros livros e autores participantes.

O livro conta a história de 10 amigos que costumavam se reunir desde a adolescência num bar para comer picadinho de carne, farofa de ovo e banana frita. Eles formam o Clube do Picadinho, que mantém o nome apesar da sofisticação gastronômica que foi tomando conta de seus participantes nos 21 anos de existência do grupo. Uma vez por mês eles se encontram na casa de um dos membros para mais um banquete.

Tudo vai bem, até o surgimento de Lucídio, um misterioso homem que parece saber mais sobre os membros do Clube do Picadinho do que demonstra, e que fisga a todos com seus quitutes irresistíveis e mortais. Mesmo vendo morrer um comensal a cada jantar preparado por Lucídio, a gula fala mais alto. A iminência da morte apenas torna o prato mais saboroso. Quem será a próxima vítima?

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Não posso falar mais do que isso, senão estrago o suspense. Tudo o que posso dizer é que esse foi o único livro que li dessa coleção e adorei. Quero muito ler os outros.

Ah! E para quem está pensando em participar do Desafio Literário 2012 e não tem ideia do que ler no mês de janeiro, esta é uma ótima pedida. Quem quiser pode até procurar meu livro lá no Skoob. Coloquei ontem para troca.

Bjo pro6!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Desafio Literário 2012 - Lista de Leitura


E então que eu sempre vejo as pessoas participando de desafios literários e acho tudo muito legal, mas nunca participei de nenhum. Até agora. Como este ano consegui retomar minha leitura em um ritmo razoável, decidi me inscrever para o Desafio Literário 2012.

Desafio Literário, o que é?

Uma gincana literária cuja tarefa principal é ler um MÍNIMO de 12 livros em 01 ano. A cada mês, um tema de leitura diferente e estimulante dentre o vasto universo de vertentes, estilos e gêneros da literatura.

Considerando que releituras não contam, montei minha seleção privilegiando livros que já tenho em casa mas que nunca li. Vou ter que ir atrás de apenas 1 ou 2.

Os temas do desafio e os livros escolhidos por mim são:

Janeiro – Literatura Gastronômica
Opção 1: Chocolate amargo (Gordon Ramsay) OK
Opção 2: Uma vegetariana no açougue (Tara Austen Weaver) OK

Fevereiro – Nome Próprio de Pessoas
Opção 1: Marina (Carlos Ruiz Zafón) OK
Opção 2: Caim (José Saramago) OK

Março – Serial Killer
Opção 1: Lavoura de Corpos (Patricia D. Cornwell) OK
Opção 2: Dexter – No escuro (Jeff Lindsay)
Opção 2: Assassinatos na Academia Brasileira de Letras (Jô Soares) OK

Abril – Escritor Oriental
Opção 1: Do outro lado (Natsuo Kirino) OK
Opção 2: Quando éramos órfãos (Kazuo Ishiguro)
Opção 2: O Complexo de Di (Dai Sijie) OK

Maio – Fatos Históricos
Opção 1: A mulher do meio-dia (Julia Franck) [segunda guerra mundial] OK
Opção 2: Anne Frank - The diary of a young girl (Anne Frank) [segunda guerra mundial]
Opção 2: Os girassóis cegos (Alberto Méndez) [guerra civil espanhola] OK

Junho – Viagem no Tempo
Opção 1: Fim da eternidade (Isaac Asimov) OK
Opção 2: A mulher do viajante do tempo (Audrey Niffenegger)
Opção 2: Matadouro 5 (Kurt Vonnegut) OK

Julho – Prêmio Jabuti
Opção 1: Cordilheira (Daniel Galera) [3º lugar na Categoria romance 2009] OK
Opção 2: Um crime delicado (Sérgio Sant’Anna) [Categoria romance 1998]
Opção 2: A mulher que escreveu a bíblia (Moacyr Scliar) [Categoria romance 2000] OK

Agosto – Terror
Opção 1: A maldição do cigano (Stephen King)
Opção 2: Contos do terror (Edgar Allan Poe) OK
Opção 3: O médico e o monstro (Roberto Louis Stevenson) OK

Setembro – Mitologia Universal
Opção 1: Percy Jackson e o Ladrão de Raios (Rick Riordan)
Opção 2: Ilíada (Homero)
Opção 1: Os Trabalhos de Hércules (Agatha Christie) OK
Opção 2: A Princesa que Enganou a Morte e outros contos (Tradução/Adaptação por Sonia S. Forjaz) OK

Outubro – Graphic Novel
Opção 1: A casa de bonecas (Neil Gaiman)
Opção 2: 1602 (Neil Gaiman / Andy Kubert / Richard Isanove)
Opção 1: Daytripper (Fábio Moon / Gabriel Bá) OK
Opção 2: Asterios Polyp (David Mazzucchelli) OK
Opção 3: A Comédia Trágica ou a Tragédia Cômica de Mr. Punch (Neil Gaiman / Dave McKean) OK

Novembro – Escritor Africano
Opção 1: Desonra (J. M. Coetzee)
Opção 2: Cotoco (John van de Ruit)
Opção 1: De volta à vida (Nadine Gordimer) OK

Dezembro – Poesia
Opção 1: O Cancioneiro (Fernando Pessoa)
Opção 2: As flores do mal (Charles Baudelaire)
Opção 1: Sonetos do Amor Obscuro e Divã de Tamarit (Federico García Lorca) OK
Opção 2: Navegações e Regressos (Pablo Neruda) OK

Quer participar?
Vai lá no site e veja o REGULAMENTO.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Amor na estante

Você gosta de literatura? E de cinema? Curte animação? Suspira com histórias de amor? E se misturar tudo isso?

Mourir Auprès de Toi (Morrer ao seu Lado) é um curta-metragem do Spike Jonze que conta a história de amor entre personagens de dois livros: o esqueleto de Macbeth e Mina Harke, a mocinha objeto de desejo do conde Drácula. Como toda boa história de amor, eles terão que enfrentar vários obstáculos para que possam enfim cair um nos braços do outro. Dá o PLAY aí que você não vai se arrepender!


Vi lá no Bibliophile e não resisti. Tive que compartilhar!
O vídeo foi publicado originalmente no site do Nowness.

Bom fim de semana!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

SWU 14/11/2011 em Paulínia - Alice in Chains e Faith No More

Ainda no espírito de revival grunge do post anterior, peguei a galocha e a capa de chuva e fui ao SWU finalmente assistir a um show da minha banda grunge favorita: Alice in Chains. A longa espera de 20 anos valeu a pena.

A banda já chegou arregaçando com “Them bones” e foi enfileirando hits e introduzindo músicas novas. Nem a chuva incessante que se intensificou durante o show esfriou os ânimos. O público pulava e cantava os hinos grunge com empolgação. A banda estava mais afinada do que nunca e o novo vocalista, William Duvall, segurou a onda muito bem.
William DuVall em ação
Na sequência, encerrando a noite e os três dias de festival, veio o Faith No More. O que dizer do show? Como sempre, perfeito! Trouxeram um cenário meio candomblé, um poeta pernambucano e um coral de jovens da Favela do Heliópolis. Misturaram hits com músicas menos conhecidas e não deram descanso durante uma hora e meia de show. Ah... e tem o Mike Patton, né? Como não amar aquele doido que vai ficando mais e mais possuído no decorrer da apresentação? Canta, dança, interage em português, solta palavrões, assume a câmera que filmava o show, cai do banquinho, vai pra galera... ah, sim, continua gato, supersimpático e cantando muito.
Mike Patton numa vibe pai de santo
Quanto ao festival em si, posso dizer que a sustentabilidade passou longe. A montanha de copos plásticos e latinhas pelo chão era impressionante. OK, eles vão reciclar depois, mas será que não seria melhor pensar em uma alternativa. Sei lá, tipo entregar um daqueles copos que desmontam quando você compra o ingresso e você teria que usá-lo durante o festival. Do contrário, pagaria uns R$5,00 por copo utilizado. Sei que pensar em cobrar um valor desses por copo parece absurdo, mas infelizmente as pessoas só se mexem quando o bolso é afetado.

Tirando a falta de civilidade de algumas pessoas e o número realmente insuficiente de lixeiras, o resto até que foi bem. O esquema de ida e volta com ônibus do festival funcionou melhor do que eu imaginava. O busão saiu na hora daqui da rodoviária do Tietê e levou só uma hora e meia para chegar em Paulínia, que é o tempo que eu demoraria para ir ao outro lado da cidade no Estádio do Morumbi, por exemplo. Na volta, apesar do cansaço para andar até a rodoviária, não teve muita fila de espera. Só uma meia hora, o que é razoável, considerando o número de pessoas no festival. Melhor do que os coitados que optaram por ir de carro e depois tiveram que pagar trator para desatolar os veículos no estacionamento oficial do evento.
No metrô: Fácil de saber quem voltava do show
O saldo? Positivo. Para mim festival de música é isso aí: passar um tempo com os amigos, assistir a ótimos shows (e alguns nem tão bons assim), pegar fila no banheiro, comer porcarias, estar sujeita a intempéries, muito cansaço e alguns machucados no pé, mas, no fim, ter vivenciado uma experiência única da qual me lembrarei para o resto da vida.´

Fotos dos shows: Folha.
Fotos no metrô: Ana Flávia.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Resenha: Nirvana Nunca Mais (Mark Lindquist)

Sinopse:
“Nirvana Nunca Mais" conta a história de Peter Tyler, um ex-vocalista de uma banda grunge, que largou tudo para virar promotor público. Atormentado por uma crise de meia idade, que o impede de crescer totalmente, Tyler não consegue largar o "rock’n’roll way of life" e ainda continua bebendo até cair, freqüentando prostíbulos e saindo com strippers. Para complicar ainda mais a sua vida, um caso de estupro cai em suas mãos. O único problema é que o acusado é um dos roqueiros mais conhecidos de Seattle, e o escândalo envolve toda a cena musical da cidade. Em uma realidade paralela, o acusado poderia ser o próprio Tyler.
(Sinopse retirada do site Scream & Yell)

Resenha:
Apesar de curtir o som dos anos 80, eu sou, na verdade, mais fã dos anos 90, pois foi nessa década que vivi minha adolescência. E em tempos de comemoração de 20 anos do “Nevermind”, vinte anos do Pearl Jam (que desembarca por aqui esta semana para shows) e mais uma série de shows de revival do grunge semana que vem no SWU, não podia deixar de falar do livro "Nirvana nunca mais". O livro não conta a história do grunge em si, mas usa esse tipo de som como pano de fundo para a história de Peter. Conhecer Seattle por meio de referências musicais (tendo nomes de canções como títulos dos capítulos), bandas famosas e outras não tão conhecidas, bares clássicos da região e o clima soturno e depressivo da referida cidade é incrível. Realmente nos dá a sensação de estar passeando por esses cenários míticos.

Já os dramas existenciais do nosso protagonista... bem, achei fraco. OK, o cara está confuso, com quase 40 anos, mas ainda vivendo como se fosse adolescente, procurando se ajustar ao trabalho e tentando achar uma mulher para casar e viver feliz para sempre. Mesmo assim, senti que o autor se empenhou mais em trazer referências realistas do que em desenvolver o personagem. Dá a impressão de que ele se perdeu e depois não sabia como terminar a história. Encurtou a conversa para chegar logo "aos finalmentes" e ponto final.

Recomendo aos fãs de grunge e de rock em geral. É bom curtir momentos nostálgicos, principalmente em passagens como esta:
Durante os aplausos entre “About a Girl” e “Come as you are”, Esmé pergunta:
- De quem você gosta mais: Nirvana ou Pearl Jam?
Aí está.
Pete quase estava esperando a pergunta. Um nativo precisa escolher, é claro, e a resposta tem a mesma importância que a clássica pergunta dos anos 60: “Beatles ou Stones”?
“Take your time, hurry up, the choice is yours...” [Vá com calma, apresse-se, a escolha é sua...]
- Está bem – diz ele. - Nirvana.
- Pearl Jam.
Pausa.
- Eddie Vedder é mais sexy do que Kurt Cobain – explica Esmé. – Principalmente porque ele ainda está vivo.
Pete se pergunta se esse desacordo pode pressagiar outros rachas, mais sérios. Entretanto, ele conclui que respeita sua preferência pelos vivos em relação aos mortos.
(Nirvana nunca mais, páginas 150-151).

Tirem as camisas de flanela xadrez do armário e sejam felizes!
Bjo!