quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Série: Black Mirror - Temporada 1


O sequestro de uma duquesa e um inusitado e repugnante pedido de resgate. A vida extenuante e sem perspectivas de mudança em um ambiente futurista. O peso de atos passados gravados para sempre na memória de um microchip. Três histórias distintas que têm como elo de ligação a tecnologia e seus efeitos no cotidiano das pessoas. Assim é “Black Mirror”, uma série criativa e perturbadora com apenas três episódios.

Notícias do sequestro na TV

A única coisa que eu sabia quando comecei a assistir à série é que tinha só três episódios e que estava fazendo um sucesso absurdo no Reino Unido, seu país de origem, e em várias outras partes do mundo. Eu também estava ciente de que o assunto era a tecnologia. Mas eu não estava preparada para levar um soco no estômago logo no primeiro episódio. Apesar do choque, e talvez por causa dele, fiquei ainda mais curiosa para ver as histórias seguintes.

O Primeiro-Ministro é informado do seu papel

No episódio 1, a Duquesa de Beaumont, conhecida como “Princesa” por ser uma pessoa pública carismática e envolvida com os problemas da gente comum (um misto de Princesa Diana e Kate Middleton), é sequestrada e um vídeo com a exigência do resgate é postado no YouTube e endereçado ao Primeiro-Ministro britânico. O pedido surpreende a todos: o tal Primeiro-Ministro deveria aparecer em rede nacional e com transmissão pela internet pontualmente às 16:00 fazendo sexo com um porco!

A equipe de segurança em busca de uma solução

Daí em diante, acompanhamos a enlouquecida equipe de segurança britânica tentando impedir a divulgação dos detalhes do resgate pela imprensa, ao mesmo tempo em que procura capturar o autor do vídeo antes do horário estipulado, criando ainda um audacioso Plano B para evitar a humilhação do Primeiro-Ministro.

O povo acompanhando o caso empolgadíssimo

O ponto chave do episódio é a importância da internet e das redes sociais na divulgação de notícias e rumores, algo totalmente incontrolável. A imagem do governo diante da população também é questionada, já que qualquer ato impensado faz com que a opinião pública transforme um herói em vilão ou vice-versa. Bem interessante.

Rotina entediante

A segunda história se passa em um mundo futuro, no qual as pessoas vivem em ambientes 100% artificiais e quase que totalmente virtuais. A grande massa segue uma rotina rígida e sem graça: acordar todos os dias no mesmo horário e passar horas pedalando para gerar energia. Com isso, cada pessoa acumula milhas, que é o “dinheiro” oficial. No entanto, exceto pela comida (produzida em laboratório), não há nada de real a ser comprado: só programas de TV (que contêm comerciais obrigatórios), jogos, atualizações para seus avatares e todo tipo de bugiganga disponível on-line. A única forma de escapar a esse destino medíocre é impressionar os juízes de uma espécie de show de calouros, conseguindo, assim, o passaporte para uma vida de celebridade.

Os juízes do reality show

A discussão aqui é a nossa dependência da tecnologia e o culto às celebridades, muitas delas pessoas desprovidas de talento algum, mas que se destacaram por alguma bobagem. Um dos protagonistas se apaixona e tenta quebrar os paradigmas, mas até que ponto conseguimos, de fato, ficar imunes à sedução da fama e do dinheiro? Em que momento os interesses pessoais se sobrepõem aos ideais revolucionários?

Os candidatos a estrela

O último episódio apresenta uma realidade próxima, na qual todas as pessoas têm um microchip implantado para gravar todas as suas memórias 24 horas por dia. As memórias, no entanto, deixam de ser pessoais: são usadas em vez de documentos para permitir o acesso a edifícios e o embarque em voos, por exemplo. Além disso, as conversas são substituídas pela exibição das memórias dos envolvidos.

Adeus documentos: basta exibir a memória com o controle remoto

Quando as lembranças perdem seu caráter individual, acabam também as mentiras e segredos. Será que isso é algo bom? E o que o fato de poder acessar eventos passados a qualquer momento, em detalhes, faz com as pessoas? Não há coisas que é melhor esquecer?

Organização dos arquivos da memória

Achei a série incrível e altamente viciante. Histórias instigantes e que mantêm a tensão até o fim. Sem contar que o assunto é atualíssimo e faz pensar.

Charlie Brooker, o criador da série, em uma entrevista ao jornal inglês The Guardian, disse: “Se a tecnologia é uma droga – e parece ser uma droga – então quais são os efeitos colaterais?” O “espelho” do título faz referência aos revestimentos espelhados dos shoppings, ao vidro das mesas de escritório, às superfícies negras das telas dos aparelhos eletrônicos que nos cercam: celular, monitor, TV. O programa é uma produção do britânico Channel 4 e, segundo consta, foi exibido no Brasil pelo canal I.Sat. No meu pacote de TV por assinatura não tem esse canal. Aliás, nem sabia de sua existência. Baixei os episódios da internet mesmo. Felizmente, a segunda temporada também já está disponível para download. E eu já estou com tudo preparado para continuar acompanhando a série. 

Entretenimento de primeira que discute questões atuais e relevantes. Não dá para perder!

Trailer: 

8 comentários:

Eliana Lee disse...

Uau!!!!!!!!
Quero ver!!!!!!!

Quando comecei a ler o texto achei que a primeira história já era top, mas aí vi seu resumo dos três episódios e olha... tô querendo ver todos! Já!

Tem pra baixar?

Jacqueline Braga disse...

oie
não conhecia a série, mas fiquei com vontade de assistir.
Adoro séries que trazem tecnologia, e apesar de ser assustador, acredito que futuramente microchip em humanos irá fazer parte do nosso cotiadiano, só espero que eu não esteja viva para ver isso hsaushuahsu
Como estou procurando séries novas e intigantes para assistir, vou apostar nesta
bjos

Melissa Padilha disse...

Oi Michelle!
Sabe que estou aprendendo a gostar das séries britânicas, são sempre muito bem produzidas, geralmente com atores ótimos e histórias super interessantes. A questão é que já assisto a tantas :)
Mas anotei a dica aqui assim que der vou dar uma olhadinha !
bjos

Anônimo disse...

Eu preciso terminar! Só vi o primeiro e depois esqueci de ver o resto, sei lá porque. Vou tentar no final de semana :)
Bjs
Maira

Michelle disse...

Eliana,
Baixei daqui: http://www.omelhordatelona.biz/series/black-mirror.html
Divirta-se!

Jacque,
Se você gosta do tema, se joga! Algumas coisas são muito assustadoras, outras já fazem parte do nosso dia a dia e a gente nem percebe o quanto nos afetam. Vale a pena conferir.

Melissa,
Eu gosto muito das séries britânicas. E é difícil mesmo acompanhar a enxurrada de séries. Por isso gosto tanto dessas com poucos episódios. Dá para encaixar entre outras que a gente já assiste ;)

Maira,
Termine! Comecei a ver a segunda temporada e estou ainda mais chocada. Muito boa!

Anônimo disse...

Caramba! Fiquei curiosíssima. Eu preciso achar essa série tipo agora! Adoro o tema, amo distopia. O estilo é um bom recurso para nos indagarmos que diabos estamos fazendo com nossas vidas e com nosso mundo.
Eu também estava sumida. Sabe que estava pensando no seu blog nesta semana?
Beijos e valeu pela dica incrível!

Michelle disse...

Gi,
Acho que você vai gostar sim. Me conta depois :)

Kellynhaah disse...

Comecei a ver ontem, por acaso, e vou te falar uma coisa viu... Série chocante. O segundo episodio da 2temporada me deixou besta... To terminando esse agora.