sábado, 7 de outubro de 2017

Veja Mais Mulheres: Filmes #33-37

Olás!

O post temático de hoje para o projeto #vejamaismulheres é, sem dúvida, um dos mais complicados que já escrevi. Explico: não sou fã de comédias. Poucos filmes desse gênero me fazem rir de verdade e sou dos extremos: ou dou risada de pastelão (gente caindo, torta na cara e outras coisas ingênuas típicas do cinema mudo), ou rio de coisas absurdamente toscas de filmes que não se envergonham de assumir a tosquice (vocês já devem ter percebido minha predileção por filmes trash de tubarões... rs). Enfim, respirei fundo e conferi 5 comédias dirigidas por mulheres com foco em um grupo de amigas. Vejam no que deu!

A escolha perfeita 2 (Pitch perfect 2, 2015 – Elizabeth Banks) [Estados Unidos]
Garotas que aparentemente não têm nada em comum participam de um grupo de canto a capella na faculdade e, superando dificuldades físicas e diferenças e vencendo preconceitos, deixam de ser apenas companheiras de grupo e se tornam amigas. Bem, a história não é lá aqueeeeeela maravilha, mas gosto dessas competições de canto e acho os mash-ups apresentados pelos grupos muito bons. Vi porque viciei na série de filmes, porque tem a Anna Kendrick e a Rebel Wilson e uma ponta da Elizabeth Banks (que também é a produtora e diretora do filme). Além das músicas, gostei das conversas entre os apresentadores do concurso (um deles é a própria Elizabenth Banks, que aguenta os comentários machistas de seu companheiro de trabalho) e do fato de a Rebel Wilson ser a primeira do grupo a engatar um namoro sério (meio difícil fugir das armadilhas românticas nesse tipo de filme, mas pelo menos aqui a gordinha se deu bem). Diversão leve para cantarolar junto.
Nota: 3/5
Elizabeth Banks é uma atriz, produtora e diretora norte-americana com mais de 20 filmes no currículo como atriz, bem como participação em diversas séries de TV (Modern Family, Curb your Enthusiasm e 30 Rock, entre elas). Como cineasta, dirigiu um segmento no filme ‘Para maiores’ e depois assumiu a direção neste ‘A escolha perfeita 2’, e seu nome aparece nos créditos de diretora na refilmagem de ‘As panteras’ a ser lançado em 2019. Vamos aguardar.

Quatro amigas e um casamento (Bachelorette, 2012 – Leslye Headland) [EUA]
Este filme é todo errado, a começar pelo título em português, já que a trama gira em torno da moça gorda, que sempre foi zoada na escola por um trio de garotas, mas que agora é a primeira do grupo a se casar, e acaba chamando as colegas de classe para serem suas damas de honra – ou seja, as mulheres em questão não são amigas e continuam fazendo o que sempre fizeram nos tempos de colégio: diminuindo a gorda e sabotando seu casamento. Para mim, nada faz sentido aqui. Por que a gorda chamou três figuras detestáveis para dividir com ela um momento especial? Por que ridicularizar uma moça gorda é engraçado? Enfim... eu já havia tentado assistir a esse filme uma vez e desistido depois de 10 minutos. Dei uma segunda chance e consegui terminar com muito sofrimento. Tudo o que digo é: passem longe.
Nota: 2/5
Leslye Headland é uma roteirista, diretora e dramaturga norte-americana. Seu filme mais conhecido é ‘Quatro amigas e um casamento’, adaptado de uma de suas peças sobre os sete pecados capitais (no caso, gula), e outra peça sua, ‘Assistance’ (sobre inveja) foi vendida para a NBC e deve virar uma série estrelada pela atriz Krysten Ritter.

Todas contra John (John Tucker must die, 2006 – Betty Thomas) [Estados Unidos]
Nesta comédia de High School americana, o tal do Jonh é o galã da escola, capitão do time de basquete, sai com várias garotas ao mesmo tempo e não assume o relacionamento com nenhuma. Um dia, três de suas “namoradas” descobrem que estavam sendo enroladas pelo cara e decidem se vingar dele de um jeito peculiar: fazendo com que ele se apaixone de verdade por uma menina encarregada de seduzi-lo e partir seu coração. Confesso que o John merece crédito pelo jogo de cintura que teve para sair de algumas situações bem constrangedoras e que o plano das meninas, embora mirabolante, foi realmente divertido. De bônus, foi legal ver as moças descartadas se unindo para dar uma lição no projeto de Don Juan em vez de ficarem se atacando (o que é bem comum em filmes que envolvem várias mulheres e um mesmo interesse romântico). Além disso, e a trilha sonora é bem bacana.
Nota: 3/5
Betty Thomas é uma atriz e diretora norte-americana, mas conhecida por ter ganhado o Emmy por seu papel na série Hill Street Blues. Ela dirigiu várias séries para TV, entre elas Dream On, da HBO, pela qual ganhou o Emmy de diretora. Seu primeiro filme como cineasta é ‘O paraíso te espera’ (1992), e o mais recente é ‘Alvin e os Esquilos 2’ (2009).

A noite é delas (Rough night, 2017 – Lucia Aniello) [Estados Unidos]
Este filme é tudo o que ‘Quatro amigas e um casamento’ deveria ter sido e não foi: uma trama em que as amigas da noiva preparam uma despedida de solteira para ela, mas acabam se metendo numa confusão enorme. Sim, pode comparar com ‘Se beber não case’ – aqui também temos a amiga sem noção, a mais tímida e a carente, bem como uma noite regada a muita bebida e drogas, um stripper que não era bem o esperado, um casal de vizinhos caliente... enfim, todo o pacote necessário para uma comédia escrachada que usa, sim, sexo e escatologia para fazer rir, mas, eu, pelo menos, não achei as piadas ofensivas. E as atrizes que interpretam as amigas parecem, de fato, amigas. De todas essas comédias de casamento/madrinhas/amigas da noiva, esta é a única que realmente achei engraçada. Se o seu negócio são filmes nessa linha de zoeira, vai fundo.
Nota: 3,5/5
Lucia Aniello é uma produtora, roteirista e diretora americana, mais conhecida por seu trabalho na série de TV ‘Broad City’ (nessas duas últimas funções). ‘A noite é delas’ é seu primeiro filme.

Loucas por amor, viciadas em dinheiro (Mad money, 2008 – Callie Khouri) [EUA]
Um clássico das reprises que decidi assistir de novo e incluir aqui na lista porque sou fã de filmes de golpes, e este ainda conta com três atrizes inspiradas vivendo as protagonistas: Diana Keaton, Queen Latifah e Katie Holmes. A primeira vive a esposa branca de classe média-alta que encara um trabalho de faxineira no banco central para pagar as contas que se acumulam desde que o marido perdeu o emprego; Latifah é a mãe solteira que sonha em poder mandar os filhos para boas escolas; Katie é a jovem com jeito de doidinha e avoada que, no fundo, é superinteligente. Mesmo que o filme use personagens estereotipados, a química entre as atrizes funciona, e gosto como as protagonistas deixam de ser apenas colegas de trabalho que se unem para roubar o banco e cuidar de seus interesses pessoais e se tornam amigas de verdade, deixando de lado diferenças de idade e de classe social. Pode ser meio ingênuo, mas às vezes é bom ter um sopro de esperança na vida.
Nota: 3,5/5
Callie Khouri é uma produtora, roteirista e diretora norte-americana que tem no currículo a série de TV ‘Nashville’ (nas três funções), o roteiro e a produção de ‘Thelma & Louise’ (um clássico de amizade entre mulheres) e a direção de ‘Divinos Segredos’ (mais uma trama focada em um grupo de mulheres), além do filme aqui resenhado.
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Este post faz parte do projeto Veja Mais Mulheres, criado pela Cláudia Oliveira. Para ver o post de apresentação deste segundo ano do projeto, que inclui minha lista de filmes e os links para as respectivas postagens, clique AQUI ou no banner da coluna à direita. Para ver o post de apresentação do primeiro ano do projeto com a lista de filmes e links, clique AQUI. 

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