quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Filme: Amor a Toda Prova


(No restaurante, um casal analisa o menu.)
Ela: Não sei o que eu quero.
Ele: Também não. Vamos falar ao mesmo tempo.
(Simultaneamente...)
Ele: Eu quero crème brûlée.
Ela: Eu quero o divórcio.
(Corta)

Essa cena inicial foi o bastante para me fazer prestar atenção nesse filme que escolhi aleatoriamente e que conseguiu a proeza de ganhar 4 estrelas na minha avaliação do Filmow.

Rompimento doloroso

Eu não sou grande entusiasta de comédias românticas. Assisto sim, geralmente quando quero algo leve que não exija muito do cérebro. Mas acho um gênero ingrato, pois raramente é engraçado o bastante para arrancar risadas ou romântico o suficiente para me deixar envolvida no relacionamento dos protagonistas. O resultado geralmente são uns poucos esboços de sorriso, gerados pelas inevitáveis confusões e desencontros.

Jacob fazendo pose

Mas não neste caso. Quando o filme estava em cartaz no cinema, não me interessei. Quase nunca saio de casa para assistir esse tipo de filme, que considero ideal para se ver em casa. Só que, outro dia, eu estava separando uns títulos para montar mais um “E o tema é...”, e “Amor a toda prova” estava entre eles. Comecei a assistir sem nenhuma expectativa. O único ponto de interesse, na verdade, era o elenco: Steve Carell, Juliane Moore, Ryan Gosling, Emma Stone, Marisa Tomei... tinham que fazer muita besteira para estragar um filme estrelado por um time desses. No fim, acabei gostando tanto do que vi que achei que o filme merecia um post só para ele.

Cal aprende umas coisinhas

A história é simples: Cal Weaver (Carell) é um quarentão todo certinho e careta, casado há 25 anos com sua primeira namorada colegial, pai de 3 filhos perfeitos, com um trabalho decente e monótono - o retrato de um sujeito dedicado, mas sem nada que o destaque na multidão. Quando a esposa, Emily (Julianne Moore), diz que teve um caso com um colega de trabalho e pede o divórcio, Cal vê seu mundo de sonho desmoronar ao perder de uma só vez a amada, a guarda dos filhos, a casa e, claro, a autoestima.

E aproveita um passeio com os filhos

Arrasado, ele para em bar por onde passava todos os dias e fica chorando as mágoas no balcão, para quem quiser ouvir (embora ninguém preste atenção). No segundo dia da ladainha, Jacob (Gosling), o bonitão pegador do lugar, resolve fazer de Cal seu projeto pessoal. Para restaurar a "masculinidade" perdida de Cal, Jacob ensina a ele os truques para levar qualquer mulher para a cama, reformula seu visual, dá conselhos infalíveis. E todo o esforço faz efeito. No entanto, a única coisa que Cal desejava era ter Emily de volta.

Hora de chamar a babá

O filme mostra ainda os dilemas amorosos de vários outros personagens, todos apaixonados por alguém que não corresponde o afeto, indo desde o inocente primeiro amor de um garoto de 13 anos por sua babá até a reviravolta que faz o conquistador Jacob cair de quatro por uma garota que não lhe dava a mínima e que, quando finalmente decide ir para a casa com ele, o faz passar a noite toda conversando, rindo, falando sobre a infância e sobre seu bizarro vício de compras por televendas.

Ah... o primeiro amor

Como eu disse, a história não tem grandes inovações. É a velha trama do casal que se desentende e no fim consegue seu final feliz. Não é nenhuma novidade nem spoiler. Mas o diferencial é a delicadeza com que o diretor trata cada personagem e seus dramas e como todos eles interagem. O aprendizado é a chave aqui. Todos tiveram que enfrentar seus medos e se reinventar para atrair o amado e alcançar a felicidade, ou pelo menos uma promessa de dias melhores.

E aquele que é difícil de conquistar

E quando as cenas de comédia são inseridas, fazem rir de verdade. Não ficam apenas no "quase". As lições de conquista de Jacob são muito boas, mas minha cena preferida, juntamente com aquela que abre o filme, se dá quando Jacob explica para Hannah (Emma Stone), a garota responsável pela transformação do garanhão, como usa “Dirty Dancing" como cartada final para seduzir a mulherada. Chorei de rir. É muita breguice, gente!

Amor de uma vida toda

Aliás, o que faz o filme funcionar tão bem é o entrosamento irretocável entre os atores e o timing perfeito de comédia, algo nem sempre fácil de acertar. A dupla Gosling/Carell é imbatível. Eu nem imaginava que Gosling pudesse ser tão engraçado. E é um alívio finalmente ver Carell fazendo um papel digno, que realmente honre seu talento cômico. Emma Stone é outra que dá gosto de ver em cena. Quem curtiu o trabalho da atriz em “A Mentira” com certeza vai gostar de sua participação em “Amor a toda prova”.

Os machos frustrados

Muito provavelmente este texto não faz jus ao ótimo filme que "Amor a toda prova" é. Em parte, porque não posso contar mais sobre detalhes que fazem toda a diferença na história; em parte porque, mesmo que eu fale mais sobre a trama, há coisas que são, de fato, mais bem traduzidas em imagens. Tudo que me resta é recomendar que vocês vejam essa produção subestimada.

Comédia romântica bem acima da média. Consegue ser verdadeiramente romântica e engraçada, ao contrário da maioria dos filmes desse gênero.

Trailer legendado:

3 comentários:

mm amarelo disse...

Eu acho o Steve Carrel tão fofo. Vi um filme dele, com a Juliette Binoche, que chama "Eu, meu irmão e nossa namorada", também é uma comédia bonitinha, que me surpreendeu. Vou procurar o filme que você indicou, e também preciso terminar minha maratona de "The Office" que ficou na primeira ;D
beijo grande,
Maira

Pipa disse...

Ah, eu curti esse filme :)
E o Ryan Gosling, ah meu deus!! :)

beijos,

Pipa

Michelle disse...

Maira,
Eu virei fã do Carell por causa do The Office. Acho que vou seguir seu conselho e continuar vendo a série. Só preciso descobrir em qual temporada eu parei...rs

Pipa,
Ah... o Ryan Gosling... Faz qualquer filme valer a pena, né?